José Oliveira @ 11:20

Qui, 02/09/10

A nossa descoberta tinha um plano: conhecer várias cidades europeias durante as duas primeiras semanas, começando em Hamburgo e descendo até Budapeste para, depois do InterRail Event, descermos um pouco mais até à Croácia e descansarmos uns dias. Sabíamos bem como tínhamos de fazer para concretizar o nosso plano, especialmente nas duas primeiras semanas, já que queríamos estar em Budapeste a tempo do InterRail Event, mas também sabíamos que poderíamos ter alguns contratempos que nos obrigassem a repensar e a alterar o plano inicial. Felizmente, os contratempos que tivemos durante as duas primeiras semanas não nos forçaram a nenhuma alteração e conseguimos chegar a Budapeste no comboio que queríamos. Aí tivemos um fim-de-semana fabuloso, bastante relaxado e cheio de comodidades a que já não estávamos habituados: andámos de barco à noite no Rio Danúbio, fizemos um Sightseeing Tour de autocarro, tivemos direito a uma refeição deliciosa que não tivemos de cozinhar (e nem sequer era massa!), divertimo-nos imenso na noite de Budapeste, conhecemos muitos interrailers e, no final de cada dia, tínhamos sempre um hotel de 3 estrelas à nossa disposição - um verdadeiro luxo por estes dias!

 

Olhando para trás (entretanto já passaram 3 dias), acho que esses dias nos fizeram "mal". É que depois de saírmos de Budapeste ainda ficava a faltar uma semana para terminarmos a nossa viagem e não iríamos voltar a ter tudo preparado por outras pessoas. Ainda assim, o nosso plano para estes dias era muito menos rígido. Essencialmente, só tinha uma condição: estar no aeroporto de Bergamo no dia 6 às 05:00h para fazer o check-in e voltar para o Porto. Isso deixava-nos com uma semana inteira para vaguear pelo Mar Adriático e foi isso que procurámos fazer. No Domingo à tarde entrámos num comboio com destino a Munique, onde teríamos um comboio nocturno para Rijeka (cidade costeira no Norte da Croácia). A primeira destas duas viagens foi a única viagem de longa duração que fizemos durante o dia. Foram mais de 7 horas para sair da Hungria, atravessar a Áustria e chegar à Alemanha. Foram também mais de 7 horas a atravessar diversas culturas e histórias que se sentavam ao nosso lado.

 

 

 

 

Nas 3 primeiras horas de viagem fomos sentados em frente a um casal americano. Ele já deve ter mais de 40 anos e usa o cabelo comprido. Ela, mais nova, ia fascinada com cada gerador de energia eólica que aparecia na paisagem. Pelo bilhete que saía do bolso da camisa dele dava para perceber que também estavam a viajar pela Europa de comboio (Eurail é o passe para cidadãos não europeus), mas não tinham ar de quem ficava hospedado em hostels. Não conversámos com eles durante a maior parte do tempo, mas os últimos 20 minutos em que eles estiveram no comboio deram para trocar algumas palavras e para os ajudar. Eles tinham um quarto de hotel reservado no centro de Viena e queriam saber qual seria a melhor estação da cidade (Meidling ou Westbanhof) para saírem do comboio. Como não estavam a conseguir grande informação, a mulher meteu conversa connosco e, quando lhes perguntei para onde iam, descobri que os podia ajudar, já que costumo guardar todos os mapas e panfletos que trago dos postos de turismo das cidades por onde passamos. E como é que eu sei que eram americanos? Bem, na verdade não sei, mas, pela forma de falar inglês e pelo vocabulário utilizado, fiquei com essa ideia.

 

Na mesma estação em que os americanos saíram (Wien Westbanhof), entrou um casal de moldavos com a sua filha. O pai sentou-se ao meu lado, a mãe ficou do outro lado do corredor e, claro, a filha foi sentar-se ao lado da Ana. Ela, com 5 ou 6 anos, ficou deslumbrada com as cartas do UNO e a Ana acabou por fazer dela a sua parceira no jogo. Foi muito engraçado fazer a viagem de Viena até Linz na companhia dels. Os pais gostaram de nós e foram-nos perguntando algumas coisas. A barreira da língua não foi fácil de ultrapassar, mas ficámos a saber que a senhora tem um irmão a trabalhar em Portalegre e que há muitos moldavos espalhados pelo nosso país (bem, isto não é grande novidade). No final, ficou uma estrondosa vitória no UNO para a Ana e para a sua parceira moldava (também eram duas contra um) e uma foto da equipa vencedora. :-)

 

 

De Linz até Salzburgo não tivemos companhia e dedicámos mais tempo a apreciar a paisagem. Chegámos a Salzburgo de noite, mas ainda deu para ficar com uma excelente imagem da cidade a partir da janela do comboio (obrigado, Florian, por nos teres aconselhado a ficar do lado direito do comboio!). Em Salzburgo entraram muitos novos passageiros que quase lotaram o comboio. Entre ls estava um grupo de 5 croatas que teve de ficar dividido e dois deles sentaram-se ao nosso lado. Não tinham um ar muito amigável e preferimos não tentar saber muitas coisas sobre els. Esperámos, apenas, que o tempo passasse para chegarmos a Munique.

 

 

 

 

Estivemos menos de uma hora na principal estação de comboios da cidade, onde aproveitámos para jantar antes de irmos para a nossa terceira viagem nocturna, desta vez até Rijeka. O comboio que saía de Munique tinha 3 destinos diferentes - Budapeste, Zagreb e Rijeka - e as carruagens que iam para o nosso destino só eram compostas por compartimentos de couchettes (beliches). Tivemos, então, que reservar uma couchette para cada um, em vez dos simples lugares que costumamos reservar. Foi a primeira viagem nocturna em que dormimos mais relaxados porque tínhamos a bagagem num local seguro e espaço suficiente para nos esticarmos.

 

 

De manhã, chegados a Rijeka, era tempo de definir os passos seguintes do nosso InterRail que, desta vez, talvez não continuaria de comboio...

 

01/09/2010, 18:30h



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